Quem me conhece "de perto " sabe que, chova ou faça sol, eu sempre estou de olho em alguma Clássica, e com um interesse "sexual" nelas...
Tenha ou não o dinheiro, eu sempre garimpo os sites á procura, -daquela- moto... que nem eu mesmo sei qual é... só sei que será uma Clássica, na maioria das vezes Honda e quatro cilindros.
Daí, criei a "Lista das Interessantíssimas" - uma anotação sobre as motos que ví e que cogitei comprar.
Segue o início da lista e alguns comentários:
1. Honda CB 500 Four – 1973, marrom, o
lindo - MAXIM BROWN METALIC - Maravilhosa motocicleta, também ícone dos
anos 70, com seu motor de 4 cilindros e lindo ronco. A moto em particular, estava
em excelente estado quanto à aparência; os proprietários, um casal na verdade,
disseram que ela fora restaurada por excelentes profissionais e, sua beleza
vinha avalizar essa afirmação. Seu preço até que não estava exorbitante, nessa
realidade de extrema valorização dessas máquinas. Os proprietários pediam a
princípio R$ 15.000,00. Digo a principio, tendo em vista que, alguns meses após
o primeiro contato que fizemos, recebi um e-mail bem interessante intitulado ”Promoção
CB 500 Four”, onde os donos, em virtude de provavelmente poucas possibilidades
de negócios –viáveis-, ofereciam a
motocicleta por R$ 13.000,00.
Outra particularidade que ocorre
nos dias de hoje, é a seguinte: os sites de venda estão com vários exemplares
de motocicletas e carros antigos colecionáveis. Alguns são vendidos
rapidamente, quando se encontram a “fome com a vontade de comer”, ou seja,
quando existem futuros donos ansiosos e desejosos por determinados itens. Aí
paga-se o preço que for.
Todavia, alguns outros, sofrem
com propostas inusitadas de trocas, muitas absurdas como tenho visto.
Ultimamente, brinco que numa oferta de uma motocicleta clássica dos anos 70, sete
de um total de dez propostas tem o seguinte padrão de texto:
“Amigo,
aceita troca por meu produto também anunciado, um Fuscâo 1980 de colecionador,
e mais uma penca de banana nanica, uma bicicleta Monarc 10, também
colacionável, 3 ovos caipira e um legítimo par de botas que pertenceu ao Mazzaropi
(ainda com chulé do antigo proprietário)?”.
E desta forma, muitos negócios
apesar de contarem com toda a facilidade da internet, não são concretizados por
não encontrarem seu alvo: aquela pessoa que realmente quer e, pode pagar.
Nicho de mercado? Quem sabe?
De volta à lista das
“interessantíssimas”, outras propostas foram:
2. Honda CB 750 Four, 1979 – prata. Essa
moto, como várias outras que “encontrei”, tinha se transformado em mobília.
Achava-se há anos encostada numa garagem e já pelo tempo de abandono, seu
proprietário não sabia dizer qual o estado do motor. Ela tinha os adesivos
laterais com as inscrições da Honda Bol D´or 900. O preço era R$ 13.000,00. E
também recebi uma proposta mais razoável por e-mail, depois de algum tempo, R$
10.000,00. Talvez, confirmando minha opinião acima. Achei razoável e, até pensei no caso, mas,
não dei prosseguimento.
3. Honda Gold Wing, 1976 – vermelho CANDY
ANTARES - Para essa moto, cabe uma ponta de arrependimento, a começar
pelo preço: R$ 18.000,00. O dono me informou que a moto havia permanecido anos
detida (ex-presidiária), na Receita Federal e, por conta disso após uma revisão
completa e a solução dos problemas fiscais, ela permanecia em estado de –zero
quilômetro-. Outra curiosidade, é que por conta da “prisão” a motocicleta nunca
fora emplacada no Brasil. Tinha a quarta via de importação, e depois de pagos
os custos (pelo proprietário) era só fazer o primeiro emplacamento.
Digo que coube uma ponta de
arrependimento, porque cheguei tarde! Quando contactei o anunciante fui
informado além das particularidades, que a moto estava em negociação. E
posteriormente que fora vendida para o interior de São Paulo. O felizardo que
comprou levou uma motocicleta muito boa para casa. Esqueci de mencionar que
tinha pouquíssimas mil milhas originais de fábrica.
Coisas que não são para acontecer!
Depois dessa, fiquei de olho nas
Gold Wing. Constatei que são excelentes motocicletas. Feitas para ocuparem o
posto de TOP da marca e, por isso mesmo, com excelente tecnologia, motor 4
cilindros “Boxer” - cilindros
contrapostos - e transmissão final por
eixo cardã. Revelando já de início sua vocação estradeira. Não têm um
desempenho de esportiva e nem quer ter. É uma clássica, sinônimo de sobriedade,
status e absoluta qualidade.
Minha opinião, e gosto
particular, prefere os antigos modelos Gl 1000 não carenados ao invés das modernas Gold Wing atuais, que são caríssimas
e têm tanta tecnologia que te chamam até de “meu amor” se você tiver o cacife
necessário para ser o proprietário de um “trem” desses.
Contrariamente, o que houve na
época de seu lançamento – 1975 -, foi que a motocicleta não “emplacou” de
imediato, e foram necessárias mudanças nos anos seguintes para que sua
qualidade estradeira e tecnologia fossem reconhecidas. Falava-se da difícil
inclusão dessa motocicleta num segmento específico, pois não era identificada
como street apesar do visual
despojado e, tinha a auspiciosa intenção estradeira, mas não dispunha de
carenagem nem como opcional.
Com o passar dos anos, ela “emplacou”
como moto Touring, e de 1976 até 1980,
ocorreram muitas mudanças, que a levaram
a ter carenagem, e a configuração já em 1980 muito parecida com o que é hoje,
contando claro com o que tinha disponível na época.
Logo em seguida ao aparecimento e
“desaparecimento” da possibilidade de compra dessa motocicleta, outra apareceu
de súbito:
4. Honda Gold Wing, 1975/1976 – preta – Linda
moto, também tinha baixíssima quilometragem, mas, encontrava-se na região norte
do país. Esse não era o empecilho, quem iria ao Sul buscar uma 400 cc, por que
não ir ao Norte trazer uma 1000 cc. O problema era o preço: R$ 34.000,00
“cruzeiros reais”. Uma facada! Nem ousei pensar no assunto.
Algum tempo
depois, deparei-me com uma:
5. Yamaha DT 180 Super Trail, 1984 –
branca – Praticamente a mesma moto que tive nos anos 90, porém, com um detalhe
importante: a cor não era a mesma. A que possuí era vermelha; de um vermelho
vivo, tal qual, sangue. Gastei horas olhando para o anúncio dessa motocicleta.
O preço era muito bom R$ 4.800,00. A localização também, Minas Gerais: fácil de
pagar, fácil de buscar.
Todavia, há um
“norte” que priorizo quanto às motos –adquiríveis- : em 1º lugar, para compor a
lista de futuras aquisições, a motocicleta tem que ser ícone em sua categoria
ou, ter feito parte da minha vivência motociclistica de alguma forma.
No caso da DT
180, a motocicleta que participou da minha adolescência de forma tão marcante,
era de outra cor. O que indubitavelmente causaria depois de algum tempo da
compra, uma nova busca, daí sim, especificamente por uma DT 180, 1984 vermelha,
então, optei meio resignado, por não comprá-la.
Logo em seguida,
apareceu uma:
6. Honda CB 900 Bol D´or, 1982, vermelho - MONZA RED - restaurada com certeza, de excelente
aparência. O anúncio dizia: “fuma um pouco quando fria, mas, assim que esquenta
desaparece a fumaça”. O preço era
interessante, R$ 19.000,00, não sei se fiz uma proposta indecorosa, mas, o fato
é que até hoje não recebi resposta.
Por fim, uma rara e apaixonante,
7. Kawazaki A4 900, 1976, não sei a cor –
a moto não está à venda. Li num fórum de discussão, uma pergunta do
proprietário, creio que feita em 2010, dizendo em síntese, que havia comprado a
moto por um módico valor e queria saber qual o preço que poderia pensar em
vender depois que estivesse pronta (restaurada). Como havia o e-mail, tratei de
entrar em contato com ele que me respondeu no mesmo dia dizendo que ainda não
terminara a moto. Possuía um contato nos EUA que possibilitou a compra de peças
para o motor, e que venderia a moto assim que pudesse rodar com ela.
Pode ser uma oportunidade futura.
Ainda mais, por conta do que ele
disse a respeito do preço: “não tenho a ilusão dos preços altos, vou querer o
que gastei”.
Tentei conseguir algumas fotos,
porém, não tive êxito. A resposta foi a seguinte: “Assim que colocar “ela pra
andar” e, se for mesmo vender, te mando as fotos.”
De qualquer forma, preciso
aumentar a arrecadação de moedas e conseqüentemente o tempo de espera para o
“enchimento” dos meus cofres em forma de porco.