quarta-feira, 12 de março de 2014

RECHEIO - Yamaha RD 50-75, Suzuki A50 II,CB 125 K5 e outras

RECHEIO

Alguns dias são recheados do que gostamos!

Numa terça-feira comum, intercalei com as obrigações de trabalho, duas tarefas das quais fiquei comprometido em realizar para um amigo, também apaixonado por motos clássicas.

Fui visitar uma coleção de “pequenas notáveis”; motos em sua maioria nacionais, clássicas, de baixa cilindrada, todas da coleção de um conhecido no interior de São Paulo e saber a quais delas especificamente, ele se referiu quando me contou que iria reduzir sua coleção.

Depois, almocei com os donos de uma CB 125 K5, em Minas, que estão dispostos vendê-la e eu, disposto a encontrar um novo dono, digno da pequenina (o amigo em questão). 

Então, vejamos entre elas, o recheio da minha terça-feira:


  Suzuki GT 100


Tork-5 - Fabricada pela Lambretta -Em 1978 foi lançada a Tork 125, ou Tork 5. 
 A mecânica era Minarelli e, posteriormente, Zanella (derivada da Minarelli também), com motor 2T e câmbio de 5 marchas. Infelizmente, a Tork não foi capaz de salvar a Lambretta de desaparecer do mercado.

Motovi Harley Davidson (

 MZ... cilindrada? Só Jesus pra saber...rsss

DT 180, 1984 - 6 marchas.


CB 125 K5 1972.



De todas essas motinhos interessantes, confesso que nenhuma, visitei na intenção de possuir.

Quase todas são da esfera de interesses desse amigo e como as “conhecia”, por que não ajudar?

No universo das “estrelinhas” uma pequena, que não está na relação de motos que fui ver, mas, que está na minha relação das TOP 10, é a charmosa Honda CB 50 em qualquer uma das suas opções de cores: branco com azul, azul com branco ou dourado com preto.



Por essa Hondinha tenho uma queda. Estou inclusive paquerando uma (Douradinha) e nosso “namoro” está no começo, no flerte!

Quem sabe vira coisa séria e dá casamento...
Abraços


Márcio Pires

terça-feira, 4 de março de 2014

HONDA GOLD WING 1100 INTERSTATE 1980

Finitude.... / HONDA GOLD WING 1100 INTERSTATE 1980


Ocorre que em agosto de 2012, estava eu, começando um hábito que mantenho até os dias atuais: ler a seção “Apoio Técnico” no  Motos Clássicas 70 (www.motosclassicas70.com.br).

O intuito é o de aprender com as dúvidas e respostas para as diversas questões mecânicas em amplo sentido, que surgem relativas a todo tipo de moto clássica.

Quando, uma das questões chamou minha atenção, mais que as outras, não pela pergunta em si, mas, pelo fator geográfico.
Acontece que o autor da pergunta, identificou-se como sendo de Santa Rita do Sapucaí-Mg, cidade onde fui morar a trabalho, no já distante ano de 2002 e lá, constituí família e criei laços.
A pergunta e a resposta que seguiu diziam o seguinte:

“Bem, possuo um Honda Gold Wing Interstate 1980, totalmente original, a luz verde do painel que acusa quanto a moto esta em neutro esta sempre ligada para que eu troque o sensor existe alguma dica que você possa me passar sem que haja necessidade de tirar o motor uma vez que este sensor fica exatamente na frente do quadro não permitindo sua saída ? Abraços e obrigado pela atenção
Nome = Roberto
Santa Rita do Sapucaí
Caro Roberto: Não há necessidade de retirar o motor, só afrouxar as fixações.”
Abraços,
Ricardo Pupo
20/08/2012


Achei curiosa a ideia de haver uma Honda Gold Wing 1100 Interstate em Santa Rita, e eu morando lá por tanto tempo e depois continuando a ir periodicamente até lá, nunca ter sequer sabido de sua existência. Afinal, Santa Rita é uma cidade pequena, daquelas onde todos se conhecem, pelo menos foi assim um dia.
Resolvi mandar um e-mail para o Roberto, proprietário da moto, e ele me respondeu:


21/08/2012
“Marcio, bom dia,
Fico contente em saber que aqui por estas bandas tão calmas também existem mais pessoas apaixonadas pelas clássicas; espero que quando vir novamente para cá, entre em contato comigo pelos telefones...
Ah me chame de Wolf, que é como sou mais conhecido por aqui..hehehe.”

Depois disso trocamos mais alguns e-mails, nos falamos algumas vezes por telefone.

Fui várias vezes a Santa Rita, mas, nenhuma apropriada para ir fazer a prometida visita.

O tempo passou!

Agora a pouco, especificamente em 27/02/2014, mandei um novo e-mail para ele:

“Bom dia Wolf,
Como está, tudo bem?
Ainda tem a Interstate?
Já fui “1453” vezes para Santa Rita e nada de marcar com você, coisas sem explicação...rssss
Estou para ir aí, vamos falar de motocas e tomar um café?”

No mesmo dia recebi uma resposta que não esperava, não do Wolf, mas da Thaisa:

Oi Márcio, bom dia.
Infelizmente o Wolf faleceu no dia 29/11/2012, teve um infarto.
Foi uma perda para todos nós.

Apenas alguns poucos dias depois de termos conversado por telefone, chegou a implacável finitude e o tempo para as conversas acabou!
________


Então, em homenagem ao Wolf, falemos da Insterstate:
Nos idos de 1974 a Honda lançou a Gl 1000 o projeto era de Soichiro Irimajiri,  ( simplesmente o mesmo japonês -ninja- que criou a Honda CBX 1050)
O escopo do projeto era construir uma motocicleta voltada ao turismo e que alcançasse grandes distâncias. Não é preciso dizer que foi um sucesso. A Gold Wing é produzida até hoje e conta com itens tecnológicos por vezes inimagináveis para uma moto, tais como: sistema de som, GPS e até Air Bag.
Contava com motor boxer, cilindros contrapostos e de 1974 até 1979 não tinha carenagem.


Em março de 1980, a Honda foi além da reforma mecânica da naked Gold Wing que foi relançada como Honda Gold Wing 1100 Interstate.

Teve um aumento na capacidade do motor para 1.085 cc; ignição eletrônica substituída por um sistema chamado older point system e a suspensão recebeu um moderno sistema de ar ajustável.


A Interstate tinha também carenagem completa, alforjes, além de uma longa lista de opcionais extras, incluindo um sistema de som estéreo. Foi chamada a De Luxo em alguns mercados.
Ficou mais pesada (305kg) e também mais cara, de $ 4900, o modelo Interstate '81 foi para US $ 5100. 


(foto: Marinho Guzman)

De qualquer forma não era moto para qualquer um. Era feita para o motociclista desejoso por percorrer grandes distâncias confortavelmente, e de alto poder aquisitivo.

Como algumas motos Honda, feita para quem tem “coração” e que não se contenta em ser mais um na multidão.

Creio que essa ultima frase, pode conter em síntese um pouco do Wolf!

Descanse em paz!


sábado, 1 de março de 2014

Surpresas na Janela...


Poucas vezes desfruto do ócio.

Por opção mesmo, sempre estou lendo ou vendo alguma coisa nas horas de folga e de trabalho também.
Ocorre que estava numa dessas raras oportunidades de ócio e da janela de casa, avistei um carro antigo no pátio de uma oficina, na rua de baixo.

Demorou alguns instantes, mas o nome me veio à memória: Aero Willys.

De imediato quis ir até lá e quem sabe fotografar esse carro que é mais escasso e raro de se ver, se comparado a outros sedans dos anos 60/70, pelo menos por aqui.

Inesperadamente a chuva, também escassa nesses dias, apareceu e frustrou minha bisbilhotagem.
Enquanto chovia, fui pesquisar sobre o carro em questão. 

Descobri que a Willys Overland, aproveitando um projeto americano que utilizava peças do Jeep, lançou aqui no Brasil no início dos anos 60, esse carros de linhas arredondadas (estilo anos 50), mas, que apesar disso, também eram considerados -duros-! Alguma semelhança, nesse aspecto com o Jeep? Rsss

Então, foi “posicionado” assim no mercado brasileiro da época: quem não quisesse um Simca Chambord e precisasse de um carro maior que o Fusca, DKW e Dauphine, provavelmente compraria o Aero Willys!
Em 63 foi lançado o Aero Willys 2600 que foi um sucesso. Tanto que em 66, foi lançada uma versão mais luxuosa, chamada de Itamaraty, o “Palácio sobre Rodas”, que contava com bancos de couro e ar condicionado.

Em 67 lançaram o Itamaraty Executivo,a primeira limusine fabricada em série no Brasil.
Bom, sempre há uma surpresa!

Na pesquisa, descobri que esse carro usava um Motor de 6 cilindros em linha de 110cv, o mesmo do Jeep, e o mesmo também que mais tarde passou a ser usado pela Rural.

Curiosamente, esse motor tem uma característica bastante incomum: as válvulas de escape ficam no próprio bloco do motor.

E a surpresa ficou por conta de que: tenho um motor desses na sala de casa!!!
Explico, passei uns dois anos querendo um bloco de motor para fazer uma mesa.

Aqui em casa há uma sala, também incomum, onde ficam as motos (isso mesmo, dentro de casa) e parte da decoração, remete a esse universo de motores, motocicletas e Fórmula 1.

Como meu filho diz: coisa de meninos! rss

Então, achei há uns seis meses ou mais, num “ferro-velho” um bloco de motor 6 cilindros e nem me preocupei em que bloco era, comprei, mandei pintar com uma cor muito bonita chamada de ouro-velho, colocar os “pés”, instalei o vidro temperado em cima e, estava pronta a arte, uma mesa, que pelo destino veio a ter um motor Willys com as válvulas no bloco:

Veja como ficou:


Voltando ao carro, em 68 a Ford comprou a Willys e em 72 foram vendidos os últimos Aero e Itamaraty. Sua mecânica foi utilizada como base para o novo Maverick em 1973.

O carro que avistei da janela é um Aero Willys 2600, e pertence hoje ao dono da oficina que o adquiriu de uma personalidade daqui da região, o saudoso Sr. Gersner Sachetti, que possuiu uma vasta coleção de carros e motos, daquelas que faz qualquer um de nós, apaixonados por “ferrugem” se encantar.

Mas essa é outra história...

Veja as fotos do Aero: