terça-feira, 4 de março de 2014

HONDA GOLD WING 1100 INTERSTATE 1980

Finitude.... / HONDA GOLD WING 1100 INTERSTATE 1980


Ocorre que em agosto de 2012, estava eu, começando um hábito que mantenho até os dias atuais: ler a seção “Apoio Técnico” no  Motos Clássicas 70 (www.motosclassicas70.com.br).

O intuito é o de aprender com as dúvidas e respostas para as diversas questões mecânicas em amplo sentido, que surgem relativas a todo tipo de moto clássica.

Quando, uma das questões chamou minha atenção, mais que as outras, não pela pergunta em si, mas, pelo fator geográfico.
Acontece que o autor da pergunta, identificou-se como sendo de Santa Rita do Sapucaí-Mg, cidade onde fui morar a trabalho, no já distante ano de 2002 e lá, constituí família e criei laços.
A pergunta e a resposta que seguiu diziam o seguinte:

“Bem, possuo um Honda Gold Wing Interstate 1980, totalmente original, a luz verde do painel que acusa quanto a moto esta em neutro esta sempre ligada para que eu troque o sensor existe alguma dica que você possa me passar sem que haja necessidade de tirar o motor uma vez que este sensor fica exatamente na frente do quadro não permitindo sua saída ? Abraços e obrigado pela atenção
Nome = Roberto
Santa Rita do Sapucaí
Caro Roberto: Não há necessidade de retirar o motor, só afrouxar as fixações.”
Abraços,
Ricardo Pupo
20/08/2012


Achei curiosa a ideia de haver uma Honda Gold Wing 1100 Interstate em Santa Rita, e eu morando lá por tanto tempo e depois continuando a ir periodicamente até lá, nunca ter sequer sabido de sua existência. Afinal, Santa Rita é uma cidade pequena, daquelas onde todos se conhecem, pelo menos foi assim um dia.
Resolvi mandar um e-mail para o Roberto, proprietário da moto, e ele me respondeu:


21/08/2012
“Marcio, bom dia,
Fico contente em saber que aqui por estas bandas tão calmas também existem mais pessoas apaixonadas pelas clássicas; espero que quando vir novamente para cá, entre em contato comigo pelos telefones...
Ah me chame de Wolf, que é como sou mais conhecido por aqui..hehehe.”

Depois disso trocamos mais alguns e-mails, nos falamos algumas vezes por telefone.

Fui várias vezes a Santa Rita, mas, nenhuma apropriada para ir fazer a prometida visita.

O tempo passou!

Agora a pouco, especificamente em 27/02/2014, mandei um novo e-mail para ele:

“Bom dia Wolf,
Como está, tudo bem?
Ainda tem a Interstate?
Já fui “1453” vezes para Santa Rita e nada de marcar com você, coisas sem explicação...rssss
Estou para ir aí, vamos falar de motocas e tomar um café?”

No mesmo dia recebi uma resposta que não esperava, não do Wolf, mas da Thaisa:

Oi Márcio, bom dia.
Infelizmente o Wolf faleceu no dia 29/11/2012, teve um infarto.
Foi uma perda para todos nós.

Apenas alguns poucos dias depois de termos conversado por telefone, chegou a implacável finitude e o tempo para as conversas acabou!
________


Então, em homenagem ao Wolf, falemos da Insterstate:
Nos idos de 1974 a Honda lançou a Gl 1000 o projeto era de Soichiro Irimajiri,  ( simplesmente o mesmo japonês -ninja- que criou a Honda CBX 1050)
O escopo do projeto era construir uma motocicleta voltada ao turismo e que alcançasse grandes distâncias. Não é preciso dizer que foi um sucesso. A Gold Wing é produzida até hoje e conta com itens tecnológicos por vezes inimagináveis para uma moto, tais como: sistema de som, GPS e até Air Bag.
Contava com motor boxer, cilindros contrapostos e de 1974 até 1979 não tinha carenagem.


Em março de 1980, a Honda foi além da reforma mecânica da naked Gold Wing que foi relançada como Honda Gold Wing 1100 Interstate.

Teve um aumento na capacidade do motor para 1.085 cc; ignição eletrônica substituída por um sistema chamado older point system e a suspensão recebeu um moderno sistema de ar ajustável.


A Interstate tinha também carenagem completa, alforjes, além de uma longa lista de opcionais extras, incluindo um sistema de som estéreo. Foi chamada a De Luxo em alguns mercados.
Ficou mais pesada (305kg) e também mais cara, de $ 4900, o modelo Interstate '81 foi para US $ 5100. 


(foto: Marinho Guzman)

De qualquer forma não era moto para qualquer um. Era feita para o motociclista desejoso por percorrer grandes distâncias confortavelmente, e de alto poder aquisitivo.

Como algumas motos Honda, feita para quem tem “coração” e que não se contenta em ser mais um na multidão.

Creio que essa ultima frase, pode conter em síntese um pouco do Wolf!

Descanse em paz!


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